sexta-feira, 19 de abril de 2013

SALVE! SALVE! HOJE É O DIA DO ÍNDIO


ÍNDIO DO BRASIL
VIVE EM RESERVA
EM ITAPOÁ/SC

Daniela Neves/ Gazeta do Povo / Yawaritsawa construiu uma oca xinguana em Itapoá (SC), onde dá aulas sobre cultura indígena
Yawaritsawa construiu uma oca xinguana em Itapoá (SC),
 onde dá aulas sobre cultura indígena.

A origem do Dia do Índio 

No dia 19 de abril de 1940, líderes das comunidades indígenas resolveram participar do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, onde, apesar de terem boicotado inicialmente, resolveram estar presentes para garantir que suas reivindicações fossem ouvidas.

Em 1943, o então Presidente do Brasil Getúlio Vargas instituiu o Dia do Índio no Brasil para relembrar essa importante data para a comunidade indígena.

Para comemorar o Dia do Índio, celebrado nesta sexta-feira (19), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançaram a publicação, “O Brasil Indígena”, com a divulgação de dados demográficos da população sistematizados pelo censo de 2010. 

O Censo 2010 contabilizou 896 mil pessoas que se declaram ou se consideram indígenas. O estudo revela um crescimento da população indígena em relação ao Censo 2000, quando 294 mil pessoas se declararam indígenas. De acordo com a publicação, o crescimento se deve ao “número de pessoas que se reconheceram como indígenas, principalmente nas áreas urbanas do país”.

“A publicação demonstra a recomposição demográfica dos povos indígenas no Brasil e mostra o quanto eles contribuem para a formação do povo brasileiro”, disse a Presidente da Funai, Marta Azevedo.
   



Em Itapoá...Reserva Volta Velha...
Das datas comemorativas do calendário nacional, o dia do índio é uma daquelas que praticamente caíram no esquecimento. Recuperamos a história de um ex-morador da reserva do Xingu, no Mato Grosso, que hoje mora no Sul do país onde já se acostumou, ele mora em Itapoá/SC.




Ele diz ter uma forte sensação de andar em duas vidas que correm em paralelo. Yawaritsawa, de 28 anos, é nascido e criado na tribo Trumai Waurã, no Alto Xingu, Mato Grosso. 





É incrível como 500 anos depois da chegada dos primeiros colonizadores, a vida dos índios e seu contato com “os brancos” ainda seja tão parecida como a que foi um dia. Yawa caçava, pescava em sua aldeia quando um grupo de empresários do ecoturismo procurava algum nativo para ajudar a levar turistas para a mata. Era “o cara”: entre todos os jovens da tribo, era ele quem mais tinha contato com a língua portuguesa.




Aos 19 anos, Yawa foi trabalhar em uma pousada da região como guia de expedições. Dois anos depois, foi convidado para fazer um curso de hotelaria em um centro de ecoturismo de Santa Catarina. Então veio para o Sul pela primeira vez, em 1999, quando conheceu  Ana Machado, loura e descendente de imigirantes, administradora de uma reserva ambiental em Itapoá, com quem engatou um romance desses que parecem saídos de livro.


Em 2003, Yawa trouxe seu pai para o Sul e ambos montaram uma oca tipicamente xinguana na reserva administrada por Ana. O espaço foi criado para fazer parte de um centro de educação ambiental ao ar livre para crianças e turistas e todos os interessados em cultura indígena, história do Brasil.

Apresentação especial para turistas e hóspedes da Reserva.

 Yawa voltou para o Xingu, mas dois anos depois veio de “mala e cocar” para ficar com Ana em Itapoá. Na região catarinense são encontradas algumas tribos remanescentes de Guaranis, um povo pouco dado a conversa. Yawa queria muito mostrar os costumes de sua terra e na oca passou a dar aulas de cultura indígena.


Ele conta para os grupo de turistas, entre adultos e crianças, que há 35 anos os Trumai sofriam com uma epidemia de sarampo que matou vários integrantes e obrigou a todos a se deslocar para tentar impedir o avanço da “peste”. Nesses deslocamentos, pararam perto de uma aldeia awaque. Na troca de produtos, cerâmicas e colares, seus pais se conheceram, ele com 16 e ela com 18 anos. Tiveram sete filhos, quatro homens e três mulheres. Fora Yawa, os outros ainda moram no Algo Xingu.


Em seguida, os turistas experimentam o biju (comida feita com goma de mandioca) e aprendem a dança típica da tribo, com uma explicação. “O índio não é só dança e pintura. Nos vestimos assim para festa e quando estamos felizes. Quando o índio está triste, não se pinta e é por isso que muitas vezes essas características vão se perdendo”.

“Minha felicidade é mostrar o que é minha tradição.
 O que vivi é meu orgulho”


Uma vez por ano, ele visita a aldeia no Mato Grosso. 
Quando chego lá, sempre digo:

Aqui não temos conforto, mas somos livres. Caçamos, pescamos e temos tudo o que precisamos.
Lá todos vivem o tempo todo para conseguir dinheiro, não são livres”, diz ao seu povo.



Nossa homenagem ao dia do índio, os verdadeiros donos de nossa terra. Que nosso governo tenha mais respeito com estes seres humanos que conhecem a língua das matas, plantas e animais...

Equipe ESF Itapoá







Fonte de Informação: Viver Bem - Gazeta do Povo
Fotos tiradas em Itapoá/SC 
Reserva Volta Velha - Março 2013






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